A pesquisa TIC Kids Online Brasil 2018, divulgada no dia 17 de setembro pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil, nos dá conta de que 24,3 milhões de brasileiros entre 9 e 17 anos estão conectados à internet no país. Ou seja, isso representa 86% desses jovens.
Estima-se, porém, que 3,8 milhões de crianças que fazem parte das classes D e E não tenham se conectado nos últimos três meses – e especialistas afirmam que é necessário implantar políticas públicas para garantir o acesso desses meninos e meninas.
Muito bem: seu principal meio de acesso é o smartphone (93%), e essa garotada consome principalmente vídeos, programas, filmes e séries (83%). Evidentemente, é preciso levar em conta, também, as redes sociais e o próprio WhatsApp.
Tais informações, extraídas de matéria do Tecmundo, são bastante recentes – e levantam perguntas provocadoras. Afinal, como será um mundo em que o consumidor de amanhã é mais conectado hoje? Isso suscita alguns questionamentos interessantes.
Do ponto de vista da LGPD ou Lei Geral de Proteção de Dados, que surgiu no contexto da própria transformação digital, bem como das ameaças e discussões quanto à privacidade de dados e informações pessoais, há novas fronteiras a servem vencidas no futuro.
Em que pese o fato de que, no futuro, as pessoas estarão habituadas à falta de privacidade, a verdade é que rosto, voz, retina e impressões digitais possibilitarão a identificação de gostos, hábitos, comportamentos e necessidades específicas, de maneira se tornarão cada vez mais rastreáveis.
Sob tal contexto, um dos cenários possíveis que o consumidor de amanhã terá de lidar é pagar por um serviço e ter a garantia de que seus dados não serão compartilhados – ou talvez não pagar e ter seus dados compartilhados (desde que a sua utilização esteja explícita em contrato).
Há quem diga que o futuro da experiência do usuário (UX) será totalmente solucionada por meio de bots (e também interfaces conversacionais) baseadas em AI ao interconectar serviços, desencadeando uma sucessão de procedimentos a partir de um único comando.
Conceitos como IoT e wearables, por exemplo, farão parte do dia a dia – de maneira que um simples resfolegar significará o disparo de um pedido para a farmácia mais próxima, que enviará uma aspirina para prevenir um eventual resfriado.
Aliás, já vemos isso com os smartwatches que monitoram a temperatura corporal, os batimentos cardíacos e a pressão arterial, indicando os procedimentos adequados quando há alguma mudança.
No futuro, porém, isso será tão corriqueiro quanto um relógio de pulseira plástica intercambiável. Se hoje tais aparelho mais parecem uma excentricidade, serão bastante comuns no futuro.
Há um fato, porém, que é indiscutível: a conquista e a fidelização de clientes certamente prosseguirá ao longo de cada etapa da transformação digital, mas tornará tal relacionamento cada vez mais humanizado ao longo do tempo.
E o que pensar a respeito de quem nasceu a partir do ano de 2010? Cada etapa de crescimento da Geração Alpha é registrada e compartilhada pela família nas redes sociais. Especificamente por isso, por essa socialização de informações, eles são considerados mais livres, versáteis, questionadores e, principalmente, hiperconectados.
Evidentemente, é cedo para determinar com exatidão o que acontecerá. As novas gerações, de fato, desenvolverão habilidades bastante distintas – e serão extremamente tecnológicas, não restam dúvidas. E muito, muito bem informadas. Por esta razão, talvez seja possível afirmar que o consumidor do futuro se pautará por aspectos como:
De fato, é impossível saber exatamente como será o consumidor no futuro. Não obstante, os indícios são bastante claros: mais antenado e idealista, esse cliente só será satisfeito à medida em que as empresas e organizações compreenderem que seu papel vai muito além da transformação digital por si.
Conquistar e cativar esse novo consumidor significa, portanto, mudar estratégias e até mesmo mover os pilares de uma empresa, se necessário. Afinal, decodificar os anseios e desejos do consumidor do futuro significa, conseguir uma ótima oportunidade para sair na frente para satisfazê-lo.