O Drex, a moeda digital do Banco central do Brasil, reduzir os custos de operações financeiras e torna-las mais rápidas — além de impulsionar a adoção de smart contracts, como veremos no decorrer deste artigo.
Em um ecossistema de registro distribuído (Distributed Ledger Technology – DLT), intermediários financeiros regulados converterão saldos de depósitos à vista e em moeda eletrônica em Drex, para que os seus clientes tenham o acesso a vários serviços financeiros inteligentes.
Vale lembrar que o Drex estará em fase de testes até maio de 2024 e terá, a princípio, duas versões:
Uma combinação avançada de blockchain, sistemas de cyber security de última geração e algoritmos de consenso personalizados compõem a tecnologia utilizada no desenvolvimento do Drex, a fim de garantir agilidade e confiabilidade às operações financeiras. É importante reforçar que, diferente das criptomoedas convencionais, que operam em blockchains públicos, a nova moeda digital é construída sobre uma blockchain de permissão, controlada pelo BACEN.
Esse modelo de blockchain, vale destacar, exige menos capacidade computacional — e, desse modo, processa transações com mais rapidez. Já os algoritmos de consenso personalizados são projetados para validar transações de modo rápido e seguro, além de manter sua integridade e evitar problemas de latência — que são comuns em outras criptomoedas.
A segurança, aliás, é um dos aspectos principais do Drex. Assim, para assegurar a integridade das transações e proteger usuários, a nova moeda digital possui diversas camadas de segurança, que vão de criptografia avançada a monitoramento, em tempo real, de atividades suspeitas. Há, ainda, rigorosos protocolos de recuperação de desastres — cujo objetivo é garantir a continuidade das operações sob quaisquer circunstâncias.
As criptomoedas são ativos produzidos por uma rede blockchain pública, que utilizam criptografia para garantir envio e recebimento de pagamentos com segurança. Além disso, costumam ser
descentralizadas, ou seja, sem um dono ou controlador — cuja oferta, em geral, é determinada em seu próprio código.
O Drex, porém, é uma CBDC (Central Bank Digital Currency) — e, como tal, é emitido e regulado por um órgão central e estatal (BACEN). Nesse caso, portanto, sua emissão depende apenas do órgão seu controlador. Sob tal cenário, pode-se dizer que é uma alternativa estatal e centralizada que reflete a percepção das instituições financeiras tradicionais em relação aos benefícios proporcionados pela tecnologia blockchain.
Escalabilidade e integração
Com sua infraestrutura robusta, o Drex foi projetado para suportar um volume elevado de operações simultâneas sem colocar em xeque sua velocidade e segurança. Além disso, será integrado a outros sistemas financeiros — ou seja bancos e instituições financeiras, assim como plataformas de pagamentos digitais, poderão adotá-lo facilmente. Atualmente, o BACEN vem realizando testes-pilotos com a plataforma de código aberto Hyperledger Besu — que, entre diversas possibilidades, permitirá o uso de smart contracts.
O Drex poderá ser programado para se integrar a smart contracts em plataformas que utilizam tecnologias de registro distribuído. O termo — que em português significa “contratos inteligentes” — foi citado pela primeira vez em um artigo publicado nos anos 1990, mas o conceito (que se refere a programas que se executam de forma automática desde que certas condições acordadas previamente pelas partes sejam atendidas) só ganhou tração com a crescente utilização das redes blockchain.
Como funciona
Todas as cláusulas em um smart contract são gravadas em blockchain — que, partir da inserção das regras, obrigações e penalidades, são executados automaticamente — e o papel da rede é garantir que esses acordos sejam realizados de forma segura, verificável e sem alterações. Por exemplo: a implementação de contrato de compra e venda pode incluir cláusulas de pagamento, taxas de juros e prazos pré-programados — e, quando tais condições forem atendidas, o smart contract executará os respectivos pagamentos, automaticamente, em Drex.
Entre os benefícios proporcionados pelos smart contracts é possível citar:
Diversas aplicações
Além de um passo significativo para uma economia mais moderna e inclusiva, além do aprimoramento do sistema financeiro no país, o fato é que a implementação do Drex acelerará a adoção dos contratos inteligentes — que, por sua vez, proporcionarão inúmeras vantagens em relação aos contratos tradicionais. Os smart contracts têm, assim, potencial para beneficiar uma infinidade de setores (financeiro, imobiliário, supply chain e seguros, entre outros), promovendo novas formas de interação e negociação sem intervenções externas, com transparência, segurança e eficiência.