O segmento de telecomunicações mostrou-se um dos mais resilientes nesses tempos de pandemia do coronavírus. De um lado, distanciamento físico, home office, aula on-line geraram pressões por ais conectividade, mais serviços. No outro lado, a retração econômica gera impactos para o setor como redução de contratos, inadimplência. Levantamento da consultoria Analysys Mason apontou que em 2020, o setor de telecom deverá ter uma retração de 3,4%, nos mercados desenvolvidos. Antes da pandemia, a previsão era de um crescimento de 0,7%.
Além dos aspectos econômicos, tecnologias emergentes e as mudanças nos diversos setores da economia, nessa jornada de transformação digital, também agregam novas variáveis. Novas tecnologias, novos serviços e a necessidade de mais investimentos para adequar a infraestrutura para, por exemplo, a adoção e expansão do 5G.
Boas notícias. Do ponto de vista da demanda, a IDC, por exemplo, estima que, tomando por base o ano de 2018, a quantidade de dispositivos conectados à internet irá quintuplicar até 2025 e o tráfego de dados aumentará entre 30% e 40% entre 2019 e 2023.
Estima-se que quinta geração da internet móvel, o 5G, chegue a 10 gigabits por segundo, o que possibilitaria o download de um filme em 4k em cerca de 30 segundos. Saindo do conforto do lar e da sessão de cinema no smartphone, a tecnologia abrirá possibilidades incríveis quando associada com IoT, Big Data, Inteligência Artificial.
As tecnologias autônomas ganharão velocidade e segurança. O risco de uma máquina autônoma como um taxi robô reduzem-se drasticamente graças a essa velocidade de processamento, devida a baixa latência. Por isso, o carro autônomo receberá mais informações, numa velocidade bem maior e evitará a colisão. Essa mesma tecnologia vai tornar o home office muito mais fácil e o show online possível, assim como uma transmissão cinematográfica interativa.
Internet das Coisas? Ou coisificação da internet?
Agora, sim. Tudo conectado e é exatamente isso que vai mudar o mundo e a telecom. Claro, a pandemia está dando um belo empurrão na transformação digital. Mas, o 5G viabilizará essa “coisificação”:
O grande desafio do setor é se preparar para tantas oportunidades. O primeiro ponto é a natural dificuldade de criar uma infraestrutura adequada para suportar tanta conectividade. E isso num momento em que enfrentaremos a árdua tarefa de sair de uma recessão e colocar o país e o mundo novamente em rota de crescimento.
Outro aspecto também fundamental é mão de obra qualificada para criar, implementar e dar suporte a serviços inovadores, nova infraestrutura e a multicanalidade que se tornará cada vez mais fundamental para prestar um bom serviço. Já em 2019, a IDC apontava a falta de 450 mil profissionais de telecom, em função das exigências de conhecimentos específicos sobre streaming, cloud, virtualização, analytics, IoT e segurança, por exemplo.
Temos ainda todos os impactos de uma eventual Reforma Tributária, nas empresas, na formação de preço, no billing, na área de ti.
E mais as adaptações e evoluções da tecnologia
Com tudo e todos exigindo mais conectividade, os serviços de telecom também terão impactos com o crescimento de comportamento e tendências como:
Enfim, o ambiente ficou ainda mais desafiador para empresas de telecom, que não podem perder de vista que, além de toda essa questão técnica, para acompanhar as novas exigências do mercado, seja uma pessoa física ou uma empresa, terá que acelerar sua jornada em torno de três objetivos claros: melhorar a experiência do consumidor, modernizar e automatizar ao máximo seus processos e, eventualmente, rever seus modelos de negócio.