Edge Analytics em crescimento
julho 10, 2020Panorama da inovação em empresas no período pós-pandemia
julho 22, 2020A transformação digital impôs grandes desafios às empresas, e esse cenário tornou-se ainda mais complexo em meio à crise desencadeada pela pandemia de covid-19. Sim, tal processo era inevitável, mas as circunstâncias atuais o aceleraram de uma maneira que ninguém poderia imaginar. Assim, mais do que nunca é necessário que as organizações se adaptem a essa nova realidade.
A situação, portanto, é bem clara: quem ainda não se movimentou – ou ainda estava engatinhando – para implementar uma cultura digital e de inovação precisa apertar o passo. Para ontem. E não há exagero nessa afirmação. Evidentemente, isso leva diversas questões, principalmente acerca do perfil adequado dos líderes que as empresas precisam neste momento.
Altos executivos precisam de conhecimentos digitais?
Não é preciso ser médico para dirigir um hospital. Mas, é preciso conhecer o ambiente de negócios e ter traquejo na gestão. Então, a resposta é: sim, altos executivos precisam de conhecimentos digitais. A questão central é que não se trata de tecnologia. Trata-se de um novo ambiente de negócios. E não há outra forma de responder a essa questão. A compreensão acerca das mais recentes inovações tecnológicas, seus impactos nos negócios e sua aplicação para proporcionar vantagens e benefícios à empresa são fundamentais para altos executivos em todas as áreas da organização – não importa o mercado em que a companhia atue.
Em outras palavras, isso significa que o alto escalão executivo deve ir além da compreensão a respeito dos conceitos que envolvem o funcionamento dos recursos que a tecnologia oferece. É preciso que também possuam conhecimentos suficientes para analisar todas as possibilidades para, assim, adaptá-los de acordo com as características da empresa e as particularidades do negócio.
Conhecer tecnologias digitais é um fator crítico
De fato, líderes que possuem fluência digital são fundamentais nesta nova realidade. O estudo Tendências de Capital Humano Globais, realizada pela Deloitte, destaca o conhecimento de tecnologias digitais, cognitivas e estruturadas em inteligência artificial como um dos fatores críticos para executivos nesta nova realidade.
Não obstante, de acordo com o jornal O Estado de São Paulo, em matéria publicada no mês de agosto/2019, um teste aplicado a 30 mil profissionais em 25 países (incluindo o Brasil) pela consultoria Foxize, da Espanha, revelou que 78% entre presidentes e altos executivos não estão preparados para lidar com os desafios da transformação digital.
Vale ressaltar que os principais temas abordados pelo teste foram cultura digital na vida pessoal e profissional, gestão da informação, comunicação digital, identidade digital, capacidade de trabalho em rede, visão estratégica e segurança de dados. É um cenário que causa apreensão quando se leva em conta que a capacidade de extrair todos os benefícios e vantagens do digital se tornou competência essencial para o C-Level.
E aqui cabe uma observação – na verdade, é mais uma espécie de alerta vermelho: segundo o Estadão, ainda que programas internos de capacitação e treinamentos possam ajudar a reduzir esse gap de conhecimentos sobre o digital, grandes empresas, como a Young & Rubicam, têm optado pela substituição de seus times para que possam se atender às demandas digitais com eficiência.
A disrupção do C-level
Em contrapartida, porém, se o resultado da avaliação dos altos executivos de acordo com o teste da Foxize é sofrível, o nível gerencial possui um índice positivo de 74%. E um dado revelado pelo teste salta aos olhos: profissionais na faixa etária de 35 a 45 anos foram os mais bem avaliados. Nesse sentido, segundo a matéria, uma aproximação entre os níveis hierárquicos da empresa pode produzir bons resultados.
Seja como for, mais do que nunca essa destreza digital é uma competência fundamental para executivos do primeiro escalão – e, no fim das contas, isso não é novidade. A frase “nada mais será como antes” já se tornou lugar-comum para expressar a força da disrupção tecnológica. Não, o mundo não será mais como antes, especialmente em um cenário pós-pandemia. E as empresas e organizações precisam de líderes que possuam mindset digital para que se mantenham relevantes em seus mercados.