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A transformação digital já chegou no mercado de seguros. Você está saindo de casa rumo ao trabalho. Hoje, está ao volante de um carro. Qual o trajeto com menos trânsito? Qual percurso menos sujeito a incidentes e acidentes.. Quais ruas são mais seguras? Não se preocupe, a inteligência artificial do seu assistente pessoal já verificou as informações de tráfego, da sua seguradora e te deu a rota mais adequada. Ah! E, por favor, mantenha-se nessa rota para não baixar seu rating na seguradora e perder descontos futuros.

Que coisa! Infelizmente, contrariando as predições, uma perseguição policial atravessou seu caminho e um veiculo de terceiro abalroou seu carro. Seu assistente pessoal pede que você abra a câmera do seu smartphone e percorra a região atingida do carro. – Ok! Sinistro registrado. Deseja agendar o serviço automotivo de reparo, agora?

A sequência parece extraída de um  filme como “Minority Report”. Mas, nem soa mais tão futurista assim. Internet das Coisas (IoT), Blockchain, Big Data, Inteligência Artificial(AI)e a outras tecnologias emergentes transformaram essas cenas em realidades mais triviais ou, ao menos, possíveis. Há pouco, soariam futurologia. Não mais.

Na América do Norte, Ásia e Europa a transformação digital na área de seguros já é uma realidade bem sólida. Mais, do que isso. Não é preciso se aprofundar muito para concluir que o futuro  do seguro é Big Data e Analytics. O futuro do seguro é digital. A companhia de seguros e as corretoras que não avançarem rapidamente nesse caminho perderão mercado.

Haverá sempre o argumento de que ainda há muito o que percorrer pelo mercado tradicional. Alega-se, por exemplo, que mais da metade da frota de veículos do país não é segurada. Talvez não esteja segurada ainda porque a seguradora não propôs um seguro ativado pelo app, desativado quando você sai de férias ou quando deixa o carro na garagem, vistoriado pela câmera do smartphone, “sinistrado” com um clique.

Não precisamos pensar em seguros ou em digital. Há alguns anos, dizia-se que o brasileiro não gostava de sucos. Vieram Maguary com sucos concentrados para o preparo e depois a Del Valle com os sucos prontos e isso mudou de figura. Ou seja: o brasileiro queria suco sim. Mas, não exatamente de laranja. O brasileiro preferia o suco de comodidade, de usabilidade, de ubiquidade.

No caso dos seguros, pode ser a mesma coisa! Prova disso, são as insurtechs. Elas podem estar chegando às centenas e muito focadas em novos produtos, consumidores não atendido. Mas, esse será tema de um outro artigo, em breve. Na prática, o que queremos dizer hoje é que a tecnologia já abre oportunidades de melhorar processos, segmentação, mudar a precificação, reduzir custos, eliminar fraudes e mudar (para bem melhor) a experiência de corretores e segurados.

 

Oito tendências e tecnologias que impactam o  mercado de seguros

 

Automação

Carros, caminhões, drones, máquinas agrícolas, empilhadeiras estão ganhando automação e autonomia. Um estudo do Fórum Econômico Mundial apontou que a popularização de taxis e carros autônomos resultará em 60% menos carros andando na rua e diminuição de 90% no número de acidentes entre veículos.

Seguro fácil

O processo de adquirir seguro será mais ágil. Graças a Big data e AI as análises de risco serão mais fáceis e automatizadas e a emissão de seguros praticamente instantâneas.

Canais diretos

Dados, conectividade, bots mudarão completamente a forma de distribuir produtos.

Sharing Economy

O mercado do consumo compartilhado demandará também novos modelos de negócios para o mundo dos seguros. Por exemplo, com parcerias com os players de frotas  e infraestruturas compartilhadas.

Mobile Only

O smartphone deixa de ser canal de comunicação para ser o principal ponto de interação e ação entre seguradoras e clientes.

Seguros customizados

Dados e análises avançados irão permitir cada vez mais que as seguradoras melhorem produtos, criem novos e, principalmente, otimizem os preços.

Internet da coisas(IoT)

O sensoriamento, seja pela evolução das smartcities, seja pela evolução tecnológica de residências e automóveis, também significará mais dados, melhoria de experiência e produtos.

Blockchain

A tecnologia permitirá novos modelos de distribuição e agilizar o aceite de seguros.

 

A transformação digital está mudando muitos mercados. Não seria diferente no setor de seguros. A tecnologia está gerando volumes incríveis de informações que por si só mudam a forma de marcas se relacionarem com seus consumidores. Hoje, um carro é capaz de gerar 25 gigabytes de informações por hora, segundo o BI Intelligence. Com a economia do compartilhamento, muitos deixarão de possuir bens. Carros autônomos podem reduzir drasticamente acidentes, riscos e o apetite por seguros. Coberturas inexistentes ou periféricas podem se tornar o “cash cow” do segmento em 10 anos. Enfim, é preciso se movimentar, estudar, acelerar.